Relembrando o "Bom Joaquim"
O Homem da Rua
Um ramo para os “JOAQUINS”
Há muitos anos que admiro o JORNAL MURAL da Itagráfica de Itaperuna.
Além de recortes de jornais e revistas considerados importantes a grande placa à porta da referida papelaria coloca à disposição do “Homem da Rua” notícias sugestões e cipoadas, especialmente redigidas.
Esta crônica será enviada ao original colega, com o pedido de um artigo de fundo respeito.
Eis o assunto:
Um querido e veterano negociante do município, para encaminhar dois jovens, resolver expandir seus negócios entrando no ramo de Super-Mercados.
Há mais de vinte anos ele era respeitado como o maior e melhor atacadista de secos e molhados da região. Tinha conseguido várias propriedades, possuía muitos caminhões, e até uma fazenda. Em resumo, sua situação era solidérrima, tanto materialmente, quanto moralmente.
Acontece que no novo ramo de atividades as coisas começaram a correr primeiro menos bem e depois mais ou menos, até chegarem rápido a ponto verdadeiramente difícil.
De repente parece que a cidade e os fornecedores esqueceram todo o passado do homem. Num átimo a pressão tornou-se tão forte que o respeitável e admirado comerciante se declarou falido, fechando as portas de várias casas comerciais e entregando tudo à Justiça, para garantir a liquidação do seu passivo.
E veio morar no Rio, onde sobrevive graças a uma pequena aposentadoria.
Os enormes estoques existentes em suas casas comerciais, mais seus bens particulares, todo mundo sabe que representavam muitíssimo mais que o dobro que devia à praça.
Dizem que muita gente ficou rica à custa dos bens por ele deixados para a liquidação das contas em atraso.
E GARANTEM QUE NENHUM CREDOR RECEBEU QUALQUER TOSTÃO DO QUE LHE ERA DEVIDO.
Esta história de um homem bom que, quase no fim da vida, por querer ajudar os outros, perdeu tudo o que tinha, inclusive aparentemente o seu bom nome, está sendo contata em Niterói, POR QUÊ?
Por que tem de haver uma voz que levante em favor desse admirável JOAQUIM RAMOS de tantos serviços prestados à comunidade, levando às costas um orfanato, ajudando a se erguerem e reerguerem uma porção de gente no início de vida ou em grandes dificuldades.
Esta é uma crônica de homenagem que gostaria de ser honrada com uma colocação no JORNAL MURAL DA ITAGRÁFICA DE ITAPERUNA a fim de servir para avivar, na memória geral, esse caso doloroso, apontando sem dedo, aqueles que pressionaram o bom JOAQUIM, levando-o ao desespero de abandonar tudo; àqueles que enriqueceram a custa do sangue dos seus bens; àqueles que, se dizendo seus amigos, na hora H lhe faltaram até com uma palavra.
Isto aconteceu em Itaperuna. Mas é uma história triste que já aconteceu em todas as partes do mundo.
E, infelizmente, sempre acontecerá.
CARLOS COUTO 22/06/85
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