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Uma árvore tão bonita mas tão mortal


Espatódea ou Bisnagueira

A bisnagueira ou tulipeira-do-gabão (Spathodea campanulata) é uma árvore da família das Bignoniaceae, sendo a única espécie do seu gênero botânico.

Esta árvore atinge de 7 a 25 metros de altura, e é nativa da África tropical. É utilizada com freqüência como planta ornamental em zonas tropicais e é muito apreciada pelas suas vistosas flores campanuladas de cor vermelho-alaranjada, rubras ou, mais raramente, amarelas. Em condições favoráveis, a espécie é potencialmente invasiva. Tem raízes pouco profundas e são relativamente freqüentes os casos de queda de galhos (podres), fazendo com que esta árvore não seja uma boa opção em centros urbanos.

O botão floral em forma de bisnaga contém água. Estes botões são usados em brincadeiras das crianças tirando partido da sua capacidade de esguichar o líquido (chamam-lhe por isso xixi de macaco). A seiva provoca manchas amarelas nos dedos e na roupa.

As flores abertas têm uma forma de taça e retém a humidade do orvalho ou a chuva, podendo tornando-se atrativos para muitas espécies de aves, apesar da toxidade apresentada para os mesmos. Em jardins e parques neotropicais, o seu néctar atrai muitos beija-flores, como o beija-flor-de-veste-preta (Anthracothorax nigricollis), o beija-flor-preto-e-branco (Florisuga fusca), ou o beija-flor-dourado (Hylocharis chrysura)1.

A sua madeira é macia e por isso a árvore é por vezes usada por aves que fazem os seus ninhos escavando os troncos, como os barbaças.

O nome genérico deriva da palavra grega spathe (σφατηε), relativa ao cálice em formato de espádice.

Segundo o site http://www.ib.usp.br/ceo/mitos/espat.htm ela é tóxica para alguns insetos causando alucinações.

Contra-indicações/cuidados: tóxica.

Efeitos colaterais: alucinações.

"MITOS SOBRE AS AVES

A alegada toxicidade da espatódea, Spathodea campanulata, para
beija-flores.

Encontra-se aqui e ali informação de que a espatódea, Spathodea
campanulata, árvore originária da África, em nosso meio introduzida
pelo seu grande potencial ornamental, é venenosa para beija-flores e
também para abelhas e outros insetos. Numa pesquisa rápida na Internet
já se pode achar diversas menções deste tipo, até em trechos de prosa:
"Os lírios-do-brejo pouco têm de acanhados, não é? E a espatódea
amarela, que não envenena passarinho, que enorme!" [Os Jardins de
Cristina. Jornal de Jundiaí] [a espatódea amarela é uma sub-espécie de
S. campanulata]. De científico mesmo só é sabido que a planta tem de
fato princípios ativos, já notados pelas populações nativas da área de
ocorrência natural da espécie, onde a planta é utilizada para fins
medicinais. Tem um alcalóide que produz alucinações como principal
sintoma da intoxicação. É também comprovado que tem ação letal para
alguns insetos, o que já causou preocupação entre apicultores. Um
estudo feito em nosso meio [Trigo, J. R. & Santos, W. F. (2000) Insect
mortality in Spathodea campanulata Beauv. (Bignoniaceae) flowers. Rev.
Brasil. Biol. 60(3):537-538.] explica que a defesa química de
Spathodea visa impedir que o pólem e o néctar seja roubado por insetos
antes da antese, reduzindo ou evitando a polinização por vertebrados.
Além da proteção química, a mucilagem da planta atua mecanicamente,
"sufocando" as abelhas. Da mesma forma, a proteção química pode não
estar relacionada aos ladrões de pólem ou néctar, mas aos herbívoros
em flores.

Portanto, o mais provável é que o néctar não tenha efeito tóxico para
os polinizadores vertebrados (além dos beija-flores são citados
morcegos e possivelmente lêmures), o que não seria de fato
interessante para a planta. Diversos observadores de aves relataram
que nunca observaram beija-flores com qualquer sinal de debilidade ou
mortos próximo a estas aves, a despeito de as frequentarem com grande
avidez. Trata-se certamente então de uma falsa suposição, a de que
beija-flores também seriam envenenados pelo néctar da espatódea, com
base apenas no fato de este envenenamento está comprovado no caso de
alguns insetos.


Luiz Fernando Fig
ueiredo"

Comentários

  1. Pretendo, como disse na Comunidade Natureza, plantar algumas mudas dessa árvore em meu sítio em Minas Gerais. Fiquei apreensivo diante das observações com relação a sua toxidade, mas diante do que li aqui, acho que vou arriscar. Preciso encontrar sementes para fazer as mudas. Sabe como posso conseguí-las? Grande abraço e obrigado.

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