Asa quebrada
Prestes a completar 50 anos, busco refúgio no meu casulo. E dói ficar presa, adianto. Penso em muitas coisas, faço contas e rememoro passagens. Posso sentir o gostinho bom que era me sentir com 30 anos. Engraçado. Parece que nunca vou me esquecer disso. Assim como nunca vou deixar de lembrar em todas as minhas manhãs azuis o sorriso do cara que me fez amar de verdade e da sua alegria me chamando de amor, me pedindo carinho, colo e sossego.
Posso vangloriar-me de algumas coisas durante esse tempo todo aqui na Terra. Sempre fui uma mulher de fibra com força de vontade suficiente para fazer a terra girar mais depressa. Fui boa parideira, tive 4 filhos, todos lindos, fortes e saudáveis. Sempre tive o meu amor, meu marido, meu homem. Fui boa filha, estudiosa e trabalhadeira. Nunca dei preocupações desnecessárias.
Posso atestar que fui uma criança feliz, uma adolescente sonhadora e romântica e uma adulta... hum... Adulta, feliz, sim, uma adulta feliz? Agora na meia idade nunca senti tanta tristeza e incerteza nesta minha vida. Nunca fiquei tanto tempo debaixo d’água sem respirar ou esperando que algum balão de são joão venha me buscar.
Já não consigo mais sonhar como outrora ou inventar aquelas tantas histórias. Eu só acordo, ando de carro e teclo. Mecanicamente. Sem graça, sem cheiro, sem cor. Minha vida está parada, estagnada e é curioso, pois a sensação que tenho é a de que fui atropelada esmagada e que não restou nada de mim.
Quer saber? Não vejo a hora desta minha asa quebrada se refazer. Quero voltar a voar.
Posso vangloriar-me de algumas coisas durante esse tempo todo aqui na Terra. Sempre fui uma mulher de fibra com força de vontade suficiente para fazer a terra girar mais depressa. Fui boa parideira, tive 4 filhos, todos lindos, fortes e saudáveis. Sempre tive o meu amor, meu marido, meu homem. Fui boa filha, estudiosa e trabalhadeira. Nunca dei preocupações desnecessárias.
Posso atestar que fui uma criança feliz, uma adolescente sonhadora e romântica e uma adulta... hum... Adulta, feliz, sim, uma adulta feliz? Agora na meia idade nunca senti tanta tristeza e incerteza nesta minha vida. Nunca fiquei tanto tempo debaixo d’água sem respirar ou esperando que algum balão de são joão venha me buscar.
Já não consigo mais sonhar como outrora ou inventar aquelas tantas histórias. Eu só acordo, ando de carro e teclo. Mecanicamente. Sem graça, sem cheiro, sem cor. Minha vida está parada, estagnada e é curioso, pois a sensação que tenho é a de que fui atropelada esmagada e que não restou nada de mim.
Quer saber? Não vejo a hora desta minha asa quebrada se refazer. Quero voltar a voar.
Querida Luciani, percebo que suas 'asas quebradas' estão fazendo bem, tanto a você, quanto aos que visitam este espaço que é tanto seu quanto nosso. Continue escrevendo, porque nós conseguimos voar com essas asas, aprender com as lições de vida e perceber o quanto é bonita e verdadeira a sua maneira de abordar os assuntos. Nós captamos cada sentimento fluindo do texto: amor, dedicação, alegria, nostalgia, decepção e muito mais. Parabéns! Deus a abençoe!
ResponderExcluirSonia