Carta aos meus filhos no dia das mães de 2008

Queridos filhos,
Não existe nada e nem ninguém que os ame mais do que eu.
Quando vocês nasceram eram esperados com muito amor e até hoje me gabo de saber o dia que eu e seu pai fizemos cada um de vocês. E garanto, vocês foram feitos com amor, foram criados com amor e hoje são adultos muito amados.
Não sou dessas mães que deixam vocês seguirem suas vidas, até gostaria de ser, como aquele célebre poema "Seus filhos não são seus filhos, são filhos do mundo.... Que mundo que nada, meus filhos sãos meus, só meus.
Sou dessas mães que participa, opina que às vezes exagera e perde o ponto, passa um pouco dos limites. Foi assim com vocês pequenos, participando da vidinha de vocês intensamente, das amizades, das brigas da escola (tomava partido e tudo), dos primeiros namorados, dos 15 anos, dos primeiros beijos e da famosa pergunta depois de uma das famosas festas....Ficou?Vocês não gostavam no início mas depois passou a ser um código de família e virou uma brincadeira. Agora já não pergunto mais a sério, porque sei que a resposta será uma gostosa gargalhada.
Compreendi que cresciam quando uma das minhas filhas falou: “Mãe não pode saber tudo", isso depois de uma famosa noitada, como vocês dizem, caiu a ficha, será?
E o vestibular, que sofrimento, que alegria, que batalha. Arrepia só de pensar na alegria quando víamos seus nomes. Lembram-se que eu e seu pai íamos para o computador fazer contas logo quando saíam as notas para sabermos se estavam dentro?
Hoje vocês três estão com profissões sólidas, me envaidece muito saber que estive ao lado de cada uma nesse processo. E agora só falta você meu moleque!
Isso tudo é para dizer o quanto os amo e que vou amá-los para sempre e incondicionalmente. Peço perdão se, ás vezes, sou um pouco dura, falo muito quando vejo que um de vocês está esmorecendo, mas tudo isso é pensando e querendo que sejam vencedores. Eu confio nisso. Vocês são capazes, são fortes eu os criei assim. Fortes, belos, saudáveis, amáveis mas acima de tudo pessoas boas, humanas.

Isso é o meu maior presente, tê-los como filhos.

Não posso esquecer seu pai. Eu te amo meu marido por ser o suporte e por ter me dado essa família linda.

Eu os amo,

Luciani

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

( Gibran Khalil Gibran )