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Desabafo- A saga da aposentadoria

Sou professora com 29 anos de sala de aula na rede pública de ensino. Uma professora sempre comprometida com a educação que nunca foi a sala de aula para embromar os alunos, nunca chegou atrasada, sempre entregou as notas no conselho de classe e sempre manteve seus diários impecáveis.
Meus alunos me achavam rigorosa mas todos eles me adoravam porque cobrava o que ensinava e nunca deixei de explicar quantas vezes fosse preciso se um ou outro não entendia a matéria.
Trabalhei com matemática nos últimos 15 anos mas mesmo assim fui professora paraninfa em muitos anos de minha vida.
Trabalhei somente em três escolas nesses 29 anos e em todas tive comportamento exemplar, se saí delas foi porque mudamos de cidade e tive que optar por uma mais perto de minha casa.
A primeira escola em que trabalhei era na minha cidade, no interior, lá fiquei 6 meses. Casei e vim transferida para o Rio de Janeiro. Eu era uma menina com apenas 20 anos e fui coordenadora de turno de alunos do ensino médio, muitos deles mais velhos que eu. Lá fiquei 15 anos.
Ingressei em um curso de matemática para complementar o que eu já tinha feito antes de casar, estava no terceiro ano. E assim que ingressei neste curso, por falta de professores comecei a trabalhar com matemática.
Em 1994 nos mudamos para Niterói e pedi transferência e assim trabalhei mais 14 anos neste novo colégio estadual.
Com grande dedicação fui galgando os níveis: primeiro trabalhei com a antiga quinta série, depois com oitava série e fiquei então, 12 anos na terceira série do ensino médio.
E agora, na hora de aposentar percebo que os próprios colegas que teriam que valorizar os da sua profissão estão ali para te menosprezar e te dizer que não valeu a pena.

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